segunda-feira, 12 de abril de 2010

Preço do álcool anidro sobe 6,5% nas usinas


Os preços médios do etanol combustível voltaram a recuar na semana passada nas usinas de São Paulo, com queda de 1,6% para o hidratado e de 6,49% para o anidro, de acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), divulgado na última sexta-feira. O hidratado foi negociado, em média, a R$ 0,8139 o litro, ante R$ 0,8271 na semana anterior. O preço médio do litro do anidro variou de R$ 1,0026 para R$ 0,9375 no mesmo período. Os preços não incluem impostos.
Segundo Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea/Esalq, a queda percentual maior no preço do anidro reflete uma migração da gasolina para o etanol hidratado por parte dos consumidores que possuem veículos flex fuel . A migração ocorre porque o hidratado voltou a ser mais competitivo nos postos do que a gasolina, que tem 20% de anidro.
Ainda segundo Ivelise, a semana foi pouco movimentada e somente algumas distribuidoras aumentaram o interesse de compra. “Pelo lado da oferta, ela foi pequena, mesmo com o início da safra, o que contribuiu para segurar ainda mais a queda no hidratado”, disse.
A nova queda de preços elevou sua competitividade em relação a gasolina nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas, referentes à semana terminada em 19 de março. Em 20 Estados e no Distrito Federal, a gasolina segue competitiva no bolso no consumidor.

Destilação Extrativa garante qualidade do álcool anidro

Se o Brasil hoje é tido como um dos maiores produtores de álcool e de açúcar – ganhando a disputa com grandes concorrentes como os Estados Unidos e a Índia –, na década de 80, não era assim. No auge do Pro-álcool, apesar do grande interesse de pesquisas na área de destilação alcoólica, a eficiência do produto causou discussões, desconforto e muita dor de cabeça. Principalmente aos proprietários de automóveis, quando o combustível usado apresentava maior volume de água, o que acabava ocasionando danos ao motor.
Anos mais tarde, o professor Antonio José Almeida Meirelles, da Faculdade Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp publicava, numa revista inglesa, um trabalho técnico intitulado Ethanol Dehidration by Extractive Distillation, que trazia novas perspectivas para a produção do álcool anidro no Brasil, isto é, o álcool praticamente isento de água. Meirelles descrevia um processo de desidratação do etanol utilizando a destilação extrativa, na qual o desidratante era o etileno glicol, produto orgânico da família dos álcoois.
Mostrava ainda que os resultados de seu trabalho, obtidos em laboratório e planta piloto desenvolvido na Universidade, tinham a possibilidade de resolver, “com vantagens, os problemas da desidratação do álcool e a custos relativamente baixos”. Há aproximadamente seis anos um consórcio de duas empresas situadas em Sertãozinho (SP) – a Barci & Sicchieri Engenharia, Consultoria e Projetos e a JW Indústria e Comércio de Equipamentos e Aço Inox – se interessou pela pesquisa de Meirelles e desenvolveu a primeira planta utilizando o processo de destilação extrativa. Essa planta nada mais é que um conjunto de equipamentos organizados com o propósito de produzir o álcool anidro pelo processo de destilação extrativa.
Atualmente encontram-se em pleno funcionamento 20 plantas de destilação extrativas instaladas em diferentes usinas localizadas no país, a maioria em São Paulo (Usina Batatais, Alta Mogiana, Colorado, Virgulinol de Oliveira e outras). Segundo o pesquisador da FEA, outras quatro devem entrar em plena operação já na próxima safra – que vai de abril até o final de novembro. Fazem parte desse pool de novas empresas, para adquirir o processo, as Usinas Vertente, Santa Isabel, Tonon e Viralcool, que responderão, em conjunto, por uma produção adicional de álcool anidro da ordem de 360 milhões de litros por ano. “Em termos nacionais, a produção de álcool no Brasil é de pouco mais de 6 bilhões de litros ao ano”.
Assim, o projeto de pesquisa do professor Meirelles encontrou respaldo por meio da parceria com as empresas Barci & Sicchieri Engenharia, Consultoria e Projetos e JW Indústria e Comércio de Equipamentos de Aço Inoxidável Ltda; enquanto a primeira é a responsável pelo projeto dos novos equipamentos, a segunda os constrói e instala. Mas antes de chegar a esse estágio, o processo foi testado por dois anos em planta piloto industrial, contando para isso com o apoio da Usina Santa Elisa, também situada em Sertãozinho.

Maior produtor – Até outubro do ano passado havia 18 usinas, que tinham o processo de destilação extrativa de álcool, responsáveis pela produção anual de 1,5 bilhão de litros, correspondendo a ¼ da produção brasileira de álcool anidro – hoje um aditivo da gasolina.
Hoje o Brasil é um dos maiores produtores de álcool e açúcar do mundo. No início de tudo, o objetivo da pesquisa do professor e engenheiro de alimentos da FEA era encontrar uma fórmula para substituir o benzeno por outro produto químico capaz de desidratar o álcool. “Só que não cancerígeno, como o benzeno”, explica. Para a época foi algo considerado inovador porque ainda não existiam experiências industriais do uso do etilenoglicol para desidratar o álcool. “Embora já se conhecesse o seu poder de desidratação, era ainda um processo sem qualquer experiência de desenvolvimento industrial e não se tinham estudos tecnológicos e de engenharia que pudessem ser aplicados na construção de um equipamento”, lembra.
O que Meirelles procurou com sua tese foi estabelecer as condições mais adequadas para o funcionamento do processo e avaliar as vantagens e desvantagens que poderia proporcionar. A conclusão básica era que, em geral, tal processo era mais vantajoso do que a técnica tradicional, denominada destilação azeotrópica, seja com benzeno ou com o ciclo-hexano. “A destilação extrativa produz um álcool da mesma qualidade, às vezes até melhor, mas com considerável ganho na produtividade, na economia de energia e na operacionalidade do equipamento”, diz.
O pesquisador não tem receio em afirmar que a indústria do açúcar e do álcool, no Brasil, é reconhecida como a mais eficiente do mundo. “Isso acaba provocando um investimento grande em tecnologia por parte das usinas, que passam a usar processos cada vez mais eficientes na produção de álcool e açúcar. A produção de álcool no Brasil só não é maior devido a algumas barreiras alfandegárias, em particular o caso norte-americano, que dificulta a importação do produto brasileiro, privilegiando a sua produção interna menos eficiente que a brasileira”, afirma.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Produção Alcool Anidro

Álcool
Este artigo se refere à classe de compostos orgânicos. Caso esteja à procura de bebidas que contenham álcool etílico, veja bebida alcoólica. Para o uso do etanol como combustível, veja álcool combustível. Também pode estar a procura de etanol, álcool utilizado nas bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, combustíveis, etc.
Exemplos
O etanol ou álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. Está contido nas bebidas alcoólicas, É usado para limpeza doméstica e também é combustível para automóveis. A fórmula do álcool etílico é CH3CH2OH.
O metanol ou álcool metílico é um álcool que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico para o fígado. A fórmula do metanol é CH3OH.
No fenol, de fórmula química é C6H6O, a hidroxila está ligada a um anel benzênico. Na maioria dos textos, este composto não é considerado um álcool.
Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (já que é difícil a obtenção de álcool totalmente puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem, atuando como antidetonante, para que a gasolina possa ser comprimida no pistão do motor carburante ao máximo e não entre em combustão antes de acionada a vela do motor.
O álcool bornílico é obtido ligado com o hidroterpendio que corresponde a cânfora.
O álcool desnaturado é uma composição com o metileno.
O álcool natural é obtido pela fermentação e destilação de produtos agrícolas e naturais.
O álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central.
Anidro
Anidro é um termo geral utilizado para designar uma substância de qualquer natureza que não contém, ou quase não contém, água na sua composição. O termo ganha diferentes significados conforme trate-se de uma solução, de uma suspensão, de um cristal ou de um gás.
Um álcool com até 1% de água. também pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem. Para se obter o álcool Anidro, o etanol 96° GL é tratado com a cal virgem - CaO - e, a seguir, destilado. A reação entre cal virgem e a água produz cal hidratada - Ca(OH)2 -, que não sai na destilação.
Em grande escala esta operação é realizada por destilação conjuntamente com benzeno.