segunda-feira, 31 de maio de 2010

Perigo ao abastecer - 2ª parte

Neste segundo artigo tratando dos cuidados na hora de escolher o combustível que irá dentro do tanque do seu carro, temos mais uma vez como objetivo alertá-lo dos principais riscos à integridade do seu patrimônio, no caso o seu carro. Duas práticas vêm se tornando bastante comuns por muitos motoristas, sem que eles imaginem as consequências futuras que poderão ter. É por estas razões que mais uma vez o Envenenado viu a necessidade de nos aprofundarmos no assunto abastecimento.
Muitos proprietários de veículos movidos à gasolina estão colocando álcool como combustível. A grande maioria não sabe que danos este ato pode provocar no motor. Como a gasolina de hoje já contém álcool misturado na proporção de 26%, alguns motoristas estão abastecendo completamente com álcool e achando que vão economizar alguns reais na hora de encher o tanque. De certa forma a economia no momento do abastecimento é brutal, mas a vantagem acaba por aí.
O que acontece é o seguinte, quando você utiliza álcool em um veículo movido à gasolina há uma perda de 40% para produzir a mesma energia (potência), ou seja, um motor que roda com álcool tem que injetar em média 40% a mais de combustível do que um motor movido a gasolina. Isto acontece, porque a gasolina tem maior poder calorífico. Assim se v
ocê utilizar álcool em um veículo projetado para uso de gasolina, a central eletrônica do carro reconhece a necessidade de injetar mais combustível, simplesmente pelo fato do álcool ter um menor poder calorífico e com isso aumenta o tempo de injeção para tentar corrigir essa falha.
Mas o "problema" não pára aí, já que os bicos injetores têm uma capacidade limite para injetar combustível, variando de carro para carro, mas que na maioria dos modelos, tem no caso da injeção de álcool ao invés de gasolina, seu limite atingindo, mesmo que a necessidade de se injetar mais combustível não tenha sido atendida, já que o bico injet
or não foi projetado para esta utilização. Assim, o carro passa a rodar com a mistura pobre (pouco combustível em relação ao ar), pois a quantidade de combustível injetada não é suficiente para produzir uma boa queima e a consequente energia que a gasolina produz.


Pistão danificado por trabalhar em regime de mistura excessivamente pobre


Com isso podem ocorrer problemas em um motor a médio prazo, como depósitos de sedimentos nas válvulas e cabeças de pistões e conseqüentemente mais tarde falhas na vedação de válvulas. Ainda pode-se ter anéis engripados e desgaste prematuro dos cilindros e em alguns casos a fundição dos mesmos. Ou seja, a economia que você está fazendo na hora de abastecer seu carro, não compensa os gastos e aborrecimentos que futuramente você terá com o motor do carro.

Há algumas oficinas que colocam chips que alteram o sensor de temperatura do motor, com isso o tempo de injeção é maior. O truque é fazer com que o carro trabalhe como se estivesse com o motor sempre frio, a fim de que a injeção injete mais combustível. Mas isto não é o suficiente e para você rodar com álcool, não basta só colocá-lo no tanque e adotar um truque ou outro, é necessário que haja uma transformação criteriosa, e adequar a injeção para o funcionamento do motor com o novo combustível.

O certo é mudar ou alterar a capacidade de vazão dos bicos, trocar as velas e fazer um remapeamento no sistema de injeção, colocar um reservatório para partida a frio e verificar a taxa de compressão do motor do seu carro, pois se for muito baixa não seria aconselhável. Neste caso a única solução seria aumentar a taxa do motor, o que inevitavelmente acarretará em um custo bem elevado para a conversão em veículos equipados com injeção eletrônica.

O segundo caso, é a prática apelidada popularmente de "rabo de galo", que nada mais é do que a mistura de álcool e gasolina, e que tem se tornado freqüente no interior de São Paulo e da mesma forma que no abastecimento com apenas álcool. Os problemas que vem como consequência deste tipo de abastecimento, embora possam ser em algumas circunstâncias diferentes do primeiro caso, da mesma forma provocarão sérios danos ao veículo.

Muitos motoristas não sabem que o álcool hidratado pode conter até 7,4% de água na sua composição. Já a gasolina comum não contém água e sim 25% de álcool anidro (sem água), o que produz outro efeito bem diferente. Agora, quando o motorista faz o "rabo de galo", ele está adicionando à gasolina, álcool hidratado (que contém água). A presença de água provoca uma instabilidade na composição e pode separar a mistura em duas fases: álcool-gasolina e álcool-água.

O que muda com isso é que o processo de separação "retira" parte do álcool anidro da gasolina que foi misturada como aditivo. Esta retirada de álcool da gasolina reduz a octanagem da gasolina comum e provoca perda de potência e aumento de consumo, podendo causar ainda a chamada "batida de pino". Como se o problema não fosse bastante sério, no final do tanque, você estará rodando apenas com álcool, devido a sedimentação do álcool que é mais denso.

Vale destacar ainda que o motor que foi desenvolvido para gasolina comum passa a utilizar um combustível contaminado com água. A presença da água causa danos ao filtro e à bomba de combustível e provoca corrosão nas partes metálicas do sistema de alimentação, principalmente desgaste nos bicos injetores e todos os demais problemas que você teria se usasse um combustível adulterado (e na verdade é) e abordados no artigo anterior. Além disso, o "rabo de galo", por ter um poder energético menor do que a gasolina comum, aumenta consideravelmente o consumo de combustível.

Portanto, seja abastecimento completo com álcool (em carro a gasolina) ou "rabo de galo", a verdade é que tanto em um, como no outro caso a idéia de benefício é apenas momentânea, até que você tenha que parar seu carro por um problema causado por um destes pequenos "truques"!
(fonte:http://www.envenenado.com.br/seguranca/borra/alcool.html)




segunda-feira, 10 de maio de 2010

PRODUÇÃO DE ÁLCOOL


O álcool etílico ou etanol pode ser obtido a partir de vegetais ricos em açúcar, como a cana-de-açúcar, a beterraba e as frutas do amido, extrato da mandioca, do arroz e do milho, e da celulose extraída da matéria principalmente dos eucaliptos.
A maior parte do álcool produzido é obtida através da cana-de-açúcar. A mandioca também é utilizada em menor escala.
1 hectare de cana-de-açúcar produz 3.350 litros de álcool
1 hectare de mandioca produz 2.550 litros de álcool
1 hectare eucalipto possui em média 20 tonelada, que produz 2.100 litros
Preparação do solo para o plantio utilizando todas as técnicas e verificação do pH, etc. Assim a cana-de-açúcar passa pelas fases de crescimento e maturação. O período da safra ocorre de Abril a Dezembro, no frio e seca, a quantidade de açúcar, aumenta muito.
Caso não ocorra, a própria planta consome o açúcar que produziu, diminuindo a quantidade de álcool obtida.
Após o corte é transportada a usina, lavada, tirando a sujeira mais grossa, é picada e, finalmente moída.



moagem produz um caldo, a garapa e o bagaço, parte sólida, rica em celulose, A mistura garapa-residuo é filtrada. Feita a separação, o bagaço é utilizado para cogeração de energia, como matéria prima pode ser utilizado na produção de celulose, chapas de aglomerado e ração animal; a garapa é aquecida para eliminar a água, formando um líquido viscoso e rico em açúcar, o melaço, do qual pode se obter tanto o açúcar como o álcool
A obtenção do álcool é através da fermentação, ao acrescentarmos água e um pouco de ácido ao melaço.
Obtemos o produto chamado mosto de fermentação. Os microorganismo, ao alimentarem, produzem enzimas, que aceleram a transformação do açúcar, agem como catalizadores da reação que transformam o açúcar em álcool.
Esse processo tem duração de 50 horas e o álcool obtido eqüivale a 13% do volume do mosto de fabricação.
Ao final da fermentação, inicia-se a destilação para separar o álcool.
Destilação: é utilizada para separar misturas, isto significa isolar componentes, separar-se misturas formadas por sólidos e líquidos ou por vários líquidos.
Obtenção do álcool etílico: é obtido pela destilação fracionada do mosto fermentado, uma operação realizada nas destilarias, obtêm-se frações de composição diferentes sendo uma delas constituída de uma mistura de 96% de álcool e 4% de água. Tal mistura chama-se álcool 960 GL (96 graus Gay-Lussac), o 1000 GL é puro e 00 GL corresponde a água pura.
O álcool obtido na destilação contém 4% de água
Para obter álcool puro ou anidro, deve-se retirar a água excedente, o processo utilizado consiste em adicionar cal vivo à mistura, reage com água, formando hidróxido de cálcio.
CaO + H2O Ca (OH)2
óxido de água hidróxido de
cálcio cálcio

Como o hidróxido de cálcio não é solúvel em álcool etílico ocorre a formação de uma mistura heterogênea.
Cada litro de álcool obtido na destilação produz cerca de 12 litros de resíduos do mosto fermentado e recebe o nome de vinhaça ou (vinhoto) cujo o aproveitamento é utilizado como fertilizante aumentando a produtividade e sendo útil ao canavial.




MISTURAR ÁLCOOL E GASOLINA PREJUDICA O CARRO FLEX?

Esse Post teve origem na pergunta de uma leitora do Blog que questionava o fato da água do álcool hidratado se separar quando adicionado à gasolina. Sua dúvida era se a separação do combustível poderia danificar a bomba, já que aspiraria primeiramente a água, podendo danificar até o motor.Bem, para explicar melhor assunto é preciso voltar um pouco no tempo, mais precisamente à década de 80. Naquela época, a gasolina nacional utilizava chumbo tetraetila como agente anti-detonante. Mas, por ser cancerígeno, esse produto foi substituído pela adição de álcool à composição da gasolina. Mas não foi qualquer álcool, o escolhido foi o anidro, ou seja, que não contém água. Isso garante que ao ser misturado com a gasolina não forme um sistema de duas fases. ( Lembre-se: gasolina e água são líquidos imiscíveis ).Desde então, o percentual de álcool anidro na gasolina só aumentou, passando aos atuais 26 %. Só para efeito de conhecimento, a gasolina padrão de testes é conhecida como E22, ou seja, possui 22% de álcool na sua composição. E, devido à mistura com álcool o nome dado à gasolina nacional é, na verdade, Gasohol. Já álcool de bomba ou hidratado possui 5% de água em sua composição, sendo conhecido pelo código E100, ou 100% de etanol.Agora, quando misturamos gasohol e álcool hidratado percebemos que a água presente no álcool se combina com o álcool anidro da gasolina, formando duas fases distintas: a gasolina pura por cima, e a mistura de álcool e água embaixo. O que não é motivo para sustos, pois o percentual de água presente na mistura é bem pequeno, ou seja, o que a bomba aspira é na realidade uma mistura com maior percentual de álcool.Outro detalhe interessante é que todos os componentes expostos ao combustível "verde" estão preparados para suportar sua oxidação e acidez. A bomba, por exemplo, está preparada para isso, não apresentando defeito mesmo trabalhando com álcool puro. O mesmo podemos dizer dos injetores de combustível, que por serem de aço inox estão aptos a trabalhar com álcool.(fonte:http://autoservico.blogspot.com/2009/03/misturar-alcool-e-gasolina-prejudica-o.html)

Obtenção de Àlcool Anidro

Àlcool anidro queimado


O álcool etílico (álcool comum) forma com a água uma mistura azeotrópica (95,5% de álcool e 4,5% de água) que destila à temperatura de 78,1° C. Este é um caso de mistura homogênea de líquidos que não pode ser separada por processo físico como, por exemplo, a destilação. Tudo porque essa mistura destila em proporções fixas e constantes, como se fosse uma substância pura.
Se não é possível separar os componentes de uma mistura azeotrópica, como se faz então para obter álcool anidro (álcool isento de água)?
O álcool anidro, também conhecido como álcool absoluto, precisa apresentar no mínimo 99,5 % de pureza, e é através do seguinte processo químico que se torna possível chegar a este percentual:
Adicionamos o composto óxido de cálcio (CaO), mais conhecido como cal virgem, ao etanol e submetemos a mistura à destilação. A reação entre cal virgem e água produz cal hidratada - Ca(OH)2 , pela reação:
CaO + H2O ------> Ca(OH)2
O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é um precipitado insolúvel no álcool, sendo assim, somente o álcool destila, sendo, portanto, recolhido puro no béquer.
Utilização: O álcool anidro (álcool puro) possui preço elevado se comparado ao do álcool comum, por isso tem sua aplicação restrita. É utilizado principalmente no preparo de fórmulas farmacêuticas e cosméticas e ainda no preparo de combustíveis. O álcool absoluto é adicionado à gasolina para aumento da octanagem. (fonte:http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/obtencao-alcool-anidro.htm)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Problema do Álcool Anidro e Hidratado

O álcool anidro é um álcool com no mínimo 99,5% de pureza e o álcool hidratado tem cerca de 94,5% de pureza, este último é o que colocamos em nossos carros.
As usinas de etanol vendem o álcool anidro às distribuidoras para a mistura na gasolina e este é isento de impostos. Esse mesmo álcool, quando vendido para uma usina de biodiesel (que o utiliza para realizar a transesterificação) paga “somente” 32% em impostos.
Uma usina de biodiesel que usa a rota etílica gera álcool hidratado em seu processo de transesterificação, ou seja, a usina precisa recuperar o excesso de álcool, caso contrário o biodiesel não alcançaria os padrões de qualidade além de tornar-se inviável economicamente.
Assim, uma usina de biodiesel é também uma usina de álcool hidratado, e aí está o problema. Pela legislação atual, uma usina de biodiesel não pode vender o álcool hidratado às distribuidoras e isto vem acarretando um aumento dos custos industriais na produção de biodiesel.
Temos aí, dois problemas de fundamental importância para o sucesso do programa, simples de serem resolvidos e o mais importante, o governo tem interesse de resolver, pelo menos um deles. Pois permitindo a venda de álcool hidratado a arrecadação do governo é maior, mais dinheiro vai para os cofres públicos e nenhum efeito colateral.
Como está, o produtor de biodiesel tem problemas devido a alta carga tributária em cima do álcool anidro e a impossibilidade de venda do álcool hidratado, sub-produto do processo de produção.
(fonte: http://www.biodieselbr.com/blog/vedana/2006/mais-incentivos-a-producao-de-biodiesel/)

Mistura de álcool na gasolina volta a ser de 25% a partir deste domingo (2)

A partir deste domingoe (2), a proporção de álcool anidro na gasolina volta a ser de 25%. Desde 1º de fevereiro, o patamar tinha sido reduzido para 20%, cumprindo a determinação de uma portaria, válida por 90 dias, dos ministérios da Agricultura, de Minas e Energia, da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A medida foi tomada depois da escalada do preço do álcool combustível aos consumidores e de problemas de abastecimento em alguns estados.
De acordo com levantamentos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em mais de 70% dos estados brasileiros, onde normalmente o preço do álcool era mais vantajoso que o da gasolina para os proprietários de carros flex, a situação se inverteu e o combustível deixou de ter o melhor custo-benefício.
A explicação, segundo o governo e o setor sucroalcooleiro, foi que o excesso de chuvas no período de colheita na safra passada impediu que 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar fossem colhidos, reduzindo a oferta de álcool e pressionando os preços para cima.
No entanto, houve um compromisso de que a colheita e moagem da cana, que geralmente eram iniciadas em abril, começariam em março neste ano. Na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um levantamento no qual estima uma colheita de aproximadamente 664,33 milhões de toneladas de cana em 2010.
Se confirmada a previsão, será o melhor resultado já registrado, com aumento de 9,9% em relação à safra passada, o último recorde. De acordo com a pesquisa, 54,6%, ou 362,8 milhões de toneladas, devem ser transformados em 28,5 bilhões de litros de etanol hidratado e anidro. O restante, 45,4%, ou 301,6 milhões de toneladas, vai para a produção de 38,7 milhões de toneladas de açúcar.
Segundo o Ministério da Agricultura, o corte do percentual de 25% para 20% na mistura de álcool na gasolina representou cerca de 100 milhões de litros de etanol a mais disponíveis no mercado por mês. Esse volume equivale a aproximadamente 7% do consumo dos veículos flex, que é de cerca de 1,4 bilhão de litros mensais de álcool. Informações são da Agência Brasil

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Preço do álcool anidro sobe 6,5% nas usinas


Os preços médios do etanol combustível voltaram a recuar na semana passada nas usinas de São Paulo, com queda de 1,6% para o hidratado e de 6,49% para o anidro, de acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), divulgado na última sexta-feira. O hidratado foi negociado, em média, a R$ 0,8139 o litro, ante R$ 0,8271 na semana anterior. O preço médio do litro do anidro variou de R$ 1,0026 para R$ 0,9375 no mesmo período. Os preços não incluem impostos.
Segundo Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea/Esalq, a queda percentual maior no preço do anidro reflete uma migração da gasolina para o etanol hidratado por parte dos consumidores que possuem veículos flex fuel . A migração ocorre porque o hidratado voltou a ser mais competitivo nos postos do que a gasolina, que tem 20% de anidro.
Ainda segundo Ivelise, a semana foi pouco movimentada e somente algumas distribuidoras aumentaram o interesse de compra. “Pelo lado da oferta, ela foi pequena, mesmo com o início da safra, o que contribuiu para segurar ainda mais a queda no hidratado”, disse.
A nova queda de preços elevou sua competitividade em relação a gasolina nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas, referentes à semana terminada em 19 de março. Em 20 Estados e no Distrito Federal, a gasolina segue competitiva no bolso no consumidor.

Destilação Extrativa garante qualidade do álcool anidro

Se o Brasil hoje é tido como um dos maiores produtores de álcool e de açúcar – ganhando a disputa com grandes concorrentes como os Estados Unidos e a Índia –, na década de 80, não era assim. No auge do Pro-álcool, apesar do grande interesse de pesquisas na área de destilação alcoólica, a eficiência do produto causou discussões, desconforto e muita dor de cabeça. Principalmente aos proprietários de automóveis, quando o combustível usado apresentava maior volume de água, o que acabava ocasionando danos ao motor.
Anos mais tarde, o professor Antonio José Almeida Meirelles, da Faculdade Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp publicava, numa revista inglesa, um trabalho técnico intitulado Ethanol Dehidration by Extractive Distillation, que trazia novas perspectivas para a produção do álcool anidro no Brasil, isto é, o álcool praticamente isento de água. Meirelles descrevia um processo de desidratação do etanol utilizando a destilação extrativa, na qual o desidratante era o etileno glicol, produto orgânico da família dos álcoois.
Mostrava ainda que os resultados de seu trabalho, obtidos em laboratório e planta piloto desenvolvido na Universidade, tinham a possibilidade de resolver, “com vantagens, os problemas da desidratação do álcool e a custos relativamente baixos”. Há aproximadamente seis anos um consórcio de duas empresas situadas em Sertãozinho (SP) – a Barci & Sicchieri Engenharia, Consultoria e Projetos e a JW Indústria e Comércio de Equipamentos e Aço Inox – se interessou pela pesquisa de Meirelles e desenvolveu a primeira planta utilizando o processo de destilação extrativa. Essa planta nada mais é que um conjunto de equipamentos organizados com o propósito de produzir o álcool anidro pelo processo de destilação extrativa.
Atualmente encontram-se em pleno funcionamento 20 plantas de destilação extrativas instaladas em diferentes usinas localizadas no país, a maioria em São Paulo (Usina Batatais, Alta Mogiana, Colorado, Virgulinol de Oliveira e outras). Segundo o pesquisador da FEA, outras quatro devem entrar em plena operação já na próxima safra – que vai de abril até o final de novembro. Fazem parte desse pool de novas empresas, para adquirir o processo, as Usinas Vertente, Santa Isabel, Tonon e Viralcool, que responderão, em conjunto, por uma produção adicional de álcool anidro da ordem de 360 milhões de litros por ano. “Em termos nacionais, a produção de álcool no Brasil é de pouco mais de 6 bilhões de litros ao ano”.
Assim, o projeto de pesquisa do professor Meirelles encontrou respaldo por meio da parceria com as empresas Barci & Sicchieri Engenharia, Consultoria e Projetos e JW Indústria e Comércio de Equipamentos de Aço Inoxidável Ltda; enquanto a primeira é a responsável pelo projeto dos novos equipamentos, a segunda os constrói e instala. Mas antes de chegar a esse estágio, o processo foi testado por dois anos em planta piloto industrial, contando para isso com o apoio da Usina Santa Elisa, também situada em Sertãozinho.

Maior produtor – Até outubro do ano passado havia 18 usinas, que tinham o processo de destilação extrativa de álcool, responsáveis pela produção anual de 1,5 bilhão de litros, correspondendo a ¼ da produção brasileira de álcool anidro – hoje um aditivo da gasolina.
Hoje o Brasil é um dos maiores produtores de álcool e açúcar do mundo. No início de tudo, o objetivo da pesquisa do professor e engenheiro de alimentos da FEA era encontrar uma fórmula para substituir o benzeno por outro produto químico capaz de desidratar o álcool. “Só que não cancerígeno, como o benzeno”, explica. Para a época foi algo considerado inovador porque ainda não existiam experiências industriais do uso do etilenoglicol para desidratar o álcool. “Embora já se conhecesse o seu poder de desidratação, era ainda um processo sem qualquer experiência de desenvolvimento industrial e não se tinham estudos tecnológicos e de engenharia que pudessem ser aplicados na construção de um equipamento”, lembra.
O que Meirelles procurou com sua tese foi estabelecer as condições mais adequadas para o funcionamento do processo e avaliar as vantagens e desvantagens que poderia proporcionar. A conclusão básica era que, em geral, tal processo era mais vantajoso do que a técnica tradicional, denominada destilação azeotrópica, seja com benzeno ou com o ciclo-hexano. “A destilação extrativa produz um álcool da mesma qualidade, às vezes até melhor, mas com considerável ganho na produtividade, na economia de energia e na operacionalidade do equipamento”, diz.
O pesquisador não tem receio em afirmar que a indústria do açúcar e do álcool, no Brasil, é reconhecida como a mais eficiente do mundo. “Isso acaba provocando um investimento grande em tecnologia por parte das usinas, que passam a usar processos cada vez mais eficientes na produção de álcool e açúcar. A produção de álcool no Brasil só não é maior devido a algumas barreiras alfandegárias, em particular o caso norte-americano, que dificulta a importação do produto brasileiro, privilegiando a sua produção interna menos eficiente que a brasileira”, afirma.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Produção Alcool Anidro

Álcool
Este artigo se refere à classe de compostos orgânicos. Caso esteja à procura de bebidas que contenham álcool etílico, veja bebida alcoólica. Para o uso do etanol como combustível, veja álcool combustível. Também pode estar a procura de etanol, álcool utilizado nas bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, combustíveis, etc.
Exemplos
O etanol ou álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. Está contido nas bebidas alcoólicas, É usado para limpeza doméstica e também é combustível para automóveis. A fórmula do álcool etílico é CH3CH2OH.
O metanol ou álcool metílico é um álcool que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico para o fígado. A fórmula do metanol é CH3OH.
No fenol, de fórmula química é C6H6O, a hidroxila está ligada a um anel benzênico. Na maioria dos textos, este composto não é considerado um álcool.
Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (já que é difícil a obtenção de álcool totalmente puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem, atuando como antidetonante, para que a gasolina possa ser comprimida no pistão do motor carburante ao máximo e não entre em combustão antes de acionada a vela do motor.
O álcool bornílico é obtido ligado com o hidroterpendio que corresponde a cânfora.
O álcool desnaturado é uma composição com o metileno.
O álcool natural é obtido pela fermentação e destilação de produtos agrícolas e naturais.
O álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central.
Anidro
Anidro é um termo geral utilizado para designar uma substância de qualquer natureza que não contém, ou quase não contém, água na sua composição. O termo ganha diferentes significados conforme trate-se de uma solução, de uma suspensão, de um cristal ou de um gás.
Um álcool com até 1% de água. também pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem. Para se obter o álcool Anidro, o etanol 96° GL é tratado com a cal virgem - CaO - e, a seguir, destilado. A reação entre cal virgem e a água produz cal hidratada - Ca(OH)2 -, que não sai na destilação.
Em grande escala esta operação é realizada por destilação conjuntamente com benzeno.